A história Menonita começa em 1496, numa pequena aldeia na província de Friesland, em Witmarsum, Norte da Holanda. Ali nasceu Menno Simons (FOTO 1), fundador da religião menonita.
O mais importante líder anabatista, Menno Simons pregava uma Igreja livre e pacifista, desvinculada de governos. Acreditava na divinidade de Cristo e no batismo unicamente de adultos e que proclamavam a sua fé em Jesus Cristo. A Bíblia era a autoridade máxima da sua doutrina.
Menno Simons morreu no dia 31 de janeiro de 1561.
Foto1: Menno Simons |
O que desejavam os anabatistas? Queriam a separação de igreja e estado e o direito de seguir livremente as leis expressas na Bíblia, sobretudo os preceitos do Novo Testamento. Em séculos de fuga, saíram da Holanda para a Alemanha (na Prússia), onde viveram por quase 200 anos; depois, a convite do governo Russo, ocuparam por aproximadamente 150 anos as planícies do Alto Volga. Por onde passaram, tornaram-se prósperos agricultores, proprietários das melhores fazendas do mundo de então, e estabeleceram escolas, faculdades e hospitais considerados os mais importantes daqueles tempos. Perseguidos por sua religião, por interesses políticos e comerciais, ou vítimas das muitas guerras na Europa, chegam ao início do século XX sob a perseguição da Revolução Comunista Russa que os considerou inimigos declarados.
Depois de quase dois séculos de trabalho e progresso nas planícies geladas do Alto Volga, na Rússia, com a Revolução Bolchevique (1917) os menonitas passaram a ser perseguidos; suas fazendas, prósperas e exemplares, foram confiscadas; muitos foram mortos ou condenados a trabalhos forçados na Sibéria. A solução foi deixar o país, cruzando o Portão Vermelho russo e, a partir da Alemanha, ganhar o mundo à procura de uma nova pátria.
A partir de então, centenas de milhares de menonitas espalharam-se pelo mundo. Por volta dos anos 1920 muitos desembarcaram no Canadá e Estados Unidos e anos mais tarde no Paraguai.
O navio Monte Olivia chegou à Ilha das Flores, no Rio de Janeiro, no dia 3 de fevereiro de 1930, depois de 19 dias de viagem, trazendo as primeiras 30 famílias menonitas ao Brasil– 179 pessoas. Outros dois navios, Baden-Baden e Madrid-Bremen, trouxeram mais colonos, fugitivos da região do Volga. Até 1932 chegariam ao Brasil 1.245 imigrantes menonitas, com a ajuda do governo alemão, da Cruz Vermelha Germânica e de menonitas holandeses. Do Rio de Janeiro partiram para outra longa viagem chegando dia 13 de fevereiro de 1930 no Vale do Rio Krauel/SC. Poderiam ter escolhido o Canadá como destino, mas Heinrich Martins, homem de confiança das organizações internacionais que promoviam a imigração e líder do grupo, na última hora optou pelo Brasil.
Foi com dificuldade que se habituaram ao feijão, arroz, mandioca e ao pão de milho em vez de trigo. Logo fundaram a Colônia Krauel, no Vale do Rio Krauel, com os núcleos Waldheim, Gnadental e Witmarsum, que era o centro de todo o estabelecimento; depois, com a chegada de mais menonitas, fundaram Auhagen na localidade que denominaram Stoltz Plateau. A comunidade pouco falava ou entendia o português, pouco tinham contato com brasileiros. A maioria dos menonitas no Vale do Krauel era de agricultores, mas também vieram marceneiros, carpinteiros, alfaiates, sapateiros, enfermeiras e professores. A manutenção das famílias neste primeiro ano de imigração foi assegurada com a ajuda da Cruz Vermelha Germânica, no que se referia à agricultura; e da Holanda, por meio da Hollaendisch Doopsgezind Bureau, na construção de escolas, serrarias e de uma cooperativa. No prédio onde hoje funciona a prefeitura de Witmarsum, funcionou o hospital, de 1936 a 1952. E logo que a produção de leite passou a fazer parte das atividades da colônia, a comunidade instalou no mesmo terreno da cooperativa uma desnatadeira e uma venda – o velho casarão ainda está em pé, recentemente foi restaurado e abriga uma casa de cultura da cidade (FOTO 2). A educação para as crianças, no princípio, era ministrada na casa dos membros da comunidade, assim como os cultos e os ensaios do coral, até que em 26 de abril de 1931 fosse inaugurada a primeira escola de Witmarsum, no Ribeirão do Cambará. Aos domingos a escola dava lugar aos cultos. A primeira igreja foi construída em Waldheim, em 1932.
Foto 2: Casa de cultura em Witmarsum/SC |
A partir de 1951, 86 famílias migraram da região do Vale do Rio Krauel para a nossa atual Colônia Nova. Nos primeiros anos de colonização os colonos menonitas não mediram esforços para concretizar o seu sonho e transformar os "chircais" em grandes lavouras de trigo. A evolução ocorreu muito rapidamente: através do processo de mutirão fortalecido pelo lema "trabalho árduo, união e fé em Deus". Aqui os imigrantes construiram a Igreja Evagélica Irmãos Menonitas da Colônia Nova que foi fundada no dia 08 de maio de 1953. Atualmente conta com 334 membros, sendo 40 residentes na Colônia Médici e 21 em Sobradinho.
A Confissão de Fé da Igreja Irmãos Menonitas, na sua forma abreviada.
Cremos:
- Que Jesus é o Filho de Deus - João 20.31 e Atos 8.37
- Que Jesus nasceu da Virgem Maria - Lucas 2
- Que Jesus viveu sem pecado - Hebreus 4.15
- Que Jesus sofreu em nosso lugar - Lucas 24.46
- Que Jesus foi crucificado e morreu para perdoar - Rom. 4.25
- Que Jesus foi enterrado e ao 3º dia ressurgiu - Marc. 10.33-34
- Que Jesus vivo ascendeu ao céu e vai voltar - Atos 1
- Que a Bíblia é a inspirada e infalível Palavra de Deus e a suprema e definitiva autoridade para fé e vida prática
- Que Deus é triuno e eterno, subsistindo no Pai, no Filho e no Espírito Santo.
- Que o homem foi criado à imagem de Deus e que, ao pecar, foi condenado à morte física e espiritual
- Que todos os homens nascem com natureza pecaminosa que se revela em pensamentos, palavras e atos pecaminosos ao atingir-se a idade da responsabilidade moral
- Que a segunda vinda do Senhor Jesus será pessoal, visível e repentina
- Que o Espírito Santo é o agente divino da revelação de Deus e da salvação. Ele convence ao mundo da justiça, ao pecado e ao juízo. Ele sela, unge, guia e ensina a todos que crêem no Senhor Jesus como seu Salvador pessoal e - Que haverá uma ressurreição corporal para justos e injustos estes para o sofrimento eterno no inferno e aqueles para o gozo eterno.
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